segunda-feira, 6 de abril de 2015

Medos

Sei que ás vezes sou muito exigente comigo, mas um dia o jaime disse-me uma coisa que fiquei a pensar até hoje. Ele costumava ir correr, e eu também, e um dia propus-lhe corrermos juntos, e ele disse-me "Ilsa, gosto de correr sozinho porque eu nunca quero parar" e eu disse "Oh, mas isso é impossível, porque não páras?" e ele respondeu "Nunca sabemos qual é o nosso máximo, secalhar conseguimos sempre mais um segundo ou outro daquilo que esperamos, então eu nunca páro".
Não cheguei a ir correr com ele, mas aquilo ficou-me muito na cabeça. Qual é o nosso limite de esforço? Como é que sabemos se conseguimos chegar até c) se paramos no b)?
Desde daí a minha filosofia é esta, eu nunca paro, nunca paro de querer mais, de tentar conseguir mais, de me superar a cada dia.
Mas isso ás vezes faz-me mal, fico tonta de pressão, fico nervosa porque não sei se vou conseguir. Então aí eu paro, não por não conseguir mas por ter medo de não conseguir. Desde das coisas mais simples como apanhar um autocarro até estudar para um trabalho. Fixo que não vou conseguir, fico tão nervosa que fico completamente paralisada. Não mexo. Não falo. Não nada.

E depois ainda há outra: tenho medo, pavor, fobia de ser criticada. Eu gosto que gostem de mim. Não suporto a ideia de as pessoas não gostarem de mim. Porque raio haviam de não gostar? Não sou perfeita, mas sou muito amiga, sou compreensiva e boa a dar conselhos. Porque não gostam de mim? Então daí vem o bloqueio social: quanto menos gente conhecer melhor, assim se não me conhecerem há menos hipótese de me criticarem, não me conhecem né..

Mas eu sei que estou errada. Eu devia de ser menos controlada, relaxar mais, dar mais de mim, ou menos.. nem sei..
Este fim de semana, aqui em santo tirso houve o mercado nazareno. É tipo uma feirinha, com bugigangas, docinhos, e pessoas que sabem do futuro. Sim, tipo poço dos desejas, pedrinhas com significados, mas uma chamou-me atenção: uma taróloga, Uma senhora das cartas. Sempre tive imensa curiosidade, mas eu não gosto de brincar com isso, tenho mesmo muito respeito, e eu não quero saber o futuro todo, não quero saber da minha relação, da minha família e essas coisas, simplesmente prefiro ficar ignorante. Mas desde de há muito tempo que queria saber sobre a minha faculdade, o meu curso.
Num post anterior falei que adorava o meu curso, e adoro, mas sinto que há uma falha qualquer que não consigo perceber, e o meu maior medo era não ter jeito. É como se eu adorasse andar de bicicleta sem ter pernas percebem?
Então aventurei-me e lá fui eu. Susana Osório, é assim que se chama a senhora taróloga. Muito simpática e não é nada assustadora, não lhes saltam os olhos nem fala com voz de má. Fez-me lembrar a minha mãe, uma senhora simples que não usa maquilhagem, tem os olhos meigos e a voz dela deixou-me tranquila. Disse-me exactamente como eu era: tímida, gosto de passar despercebida, baixa auto-estima, medo dos olhares, medo de ser criticada, bla bla bla, a ilsa basicamente. E disse que isso é que me impedia de ter sucesso no meu curso, porque não conseguia exprimir-me á frente das pessoas, porque me reprimia. No final, o meu problema, sou eu. O que, supreendemente me deixou contente. Porquê? Porque só depende de mim e de mais ninguém. Aconselhou-me a fazer Reiki. Vou fazer uma sessão no sábado e depois conto-vos.


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